A iniciativa é do SOS Mata Atlântica em parceria com a
Associação de Defesa da Cidadania em nome do SOS Rio Corrente em Pedro II.
Olho d'água Pirapora em Pedro II (Foto: SOS Rio Corrente - Associação de Defesa da Cidadania - ADC) |
No sábado (20) e domingo (21) foram realizadas
análises da qualidade da água nos Olhos D’águas Pirapora e do Bananeira no
município de Pedro II, em comemoração ao Dia Mundial da Água, 22 de março.
Essas análises foram realizadas a partir de parceria
com o Projeto Observando os Rios da ONG SOS Mata Atlântica e com a Associação
de Defesa da Cidadania - ADC. Essas nascentes estão localizadas na zona urbana,
próximas ao centro de Pedro II. São conhecidas historicamente por serem pontos
de captação de água nas décadas passadas, locais das lavadeiras de roupas e
também pelas lendas, como a da Sereia do Pirapora.
Conforme a pesquisadora Layane Marques: “Infelizmente
a urbanização sem o seu devido planejamento e a falta de estruturas de
saneamento básico, são fatores que influenciam diretamente na qualidade
ambiental, já que nos locais foram observados uma grande quantidade de lixo,
recepção de efluentes (comerciais, domésticos e água das chuvas) e odor de
fezes” destaca a pesquisadora.
O resultado final das análises só fica disponíveis
após 5 dias, em virtude de que alguns parâmetros demandam mais tempo.
Com os resultados preliminares já obtidos no local, em
ambas as nascentes, demonstraram uma grave elevação dos níveis de fosfato e
nitrato. Por si só, esses parâmetros indicam a presença de esgotos, de adubos
químicos e de detergentes.
“Deixamos aqui o nosso apelo como associação para que o poder público municipal possa elaborar ações e estudos mais específicos sobre a qualidade das águas desses locais, em virtude de que a população faz uso e consumo destas" destaca Layane Marques.
Quando
se trata de qualidade da água, estamos discutindo aquela que compõe o nosso
corpo e que é responsável pela manutenção dos ecossistemas, estamos falando de
saúde pública, pois a poluição hídrica está diretamente ligada a doenças
infecciosas, estamos falando de problemas socioambientais que a população já
vivência há muitos anos, e estamos falando do nosso meio ambiente, que sofre
com a poluição e esquecimento”, diz a pesquisadora.