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Área de litigio entre Pedro II e Poranga (Foto: Cid Barbosa/DN) |
O
território situado entre os estados do Piauí e do Ceará, na Serra da Ibiapaba,
evolui, há séculos, de uma forma quase que intuitiva. O Decreto Imperial de
1880 bem que tentou arrumar as coisas, mas só criou mais confusão.
Limites
entre municípios e divisas entre os dois estados são tênues linhas, que podem
ser apagadas a depender dos próximos acontecimentos. Em 2011, o Estado do Piauí
entrou com ação civil, no Supremo Tribunal Federal (STF), que pode mudar a
geografia da região da Ibiapaba como nós a conhecemos.
Está previsto para setembro
o início de uma perícia, pelo Exército Brasileiro, requerida pela não
concordância com o estudo anterior, solicitado pelo Supremo ao Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), considerando, a cartografia e
literatura existentes e também os fatores sócio-histórico culturais e de
pertencimento das pessoas que vivem na área.
Pelo
lado do Piauí, mesmo tendo a família dividida em dois municípios cortados pela
PI-213 (PI 216), a agricultora Maria Firmino nem pensa em mudar de Estado:
"sou piauiense e sempre serei", afirma. Mas o que vai acontecer
independe da vontade da agricultora ou dos outros moradores da região.
Quem
levantou a questão foi o ex-deputado piauiense Antônio Uchôa. Segundo ele, pelo
desejo de retomar território apropriado indevidamente pelos cearenses e ver as
comunidades da área melhor assistidas. Ele acrescenta os potenciais produtivos
e eólico da porção cearense da Ibiapaba também como razão da disputa entre os
dois estados.
Pela
proposta piauiense, 13 municípios do Ceará e oito do Piauí perderiam, ao todo,
2.821,54Km². Destes, Poranga (CE) perderia mais: 66,34%; seguido por Croatá
(CE), 32,36%; Cocal dos Alves (PI), 22,82%; e Tianguá (CE), 20,92%.
Fonte:
Diário do Nordeste